Tenho pensado muito no futuro da Lorena. E que mãe não? Eu, como todas as mães, tem o sonho de ver a filha feliz, acima de tudo. No meu mundinho perfeito ela bem que poderia ser engenheira, médica ou juíza, casar lá pelos seus 26 anos e ter três lindos filhos. Mas e se não for bem assim? Acho que inevitavelmente a gente projeta nos filhos aquilo que desejou ser mas não deu porque a vida tomou um rumo diferente. Será que sou só eu que vejo na minha filha um pedacinho de mim? Como se fosse a minha vida no papel branco pra passar a limpo. E aí é um exercício diário pra não passar isso pra ela. Eu quero deixá-la viver a vida que é dela, com os próprios erros e acertos, as próprias felicidades e tristezas. Mas é difícil. Um exemplo: domingo passado, tava beem frio e eu vesti nela uma meia e uma calça jeans por cima, a pequena detestou, disse que tava feio, que não combinava e que queria trocar. Pois eu, insisti tanto que ela acabou passando o dia inteiro daquele jeito. Mas aí eu fiquei pensando depois, pô era só uma calça, a gente ia ficar em casa mesmo e eu não deixei ela escolher. Coisa pequena. Mas foi a minha vontade que prevaleceu na vida dela. Não quero isso. Quero que ela possa escolher. E eu não consigo encontrar a linha que divide a minha responsabilidade de mãe de conduzi-lá ao melhor caminho e as particularidades dela. Mas, sabe, não foi por maldade, eu, simplesmente, não pensei. E é aí que eu não permiti à ela ser o que ela quis. Será que existe uma fórmula certa, de garantir a felicidade dos filhos? Será que aquilo que a Lorena vai considerar felicidade pra vida dela vai fazer sentido pra mim? Não sei. Sei que me dá medo. Mas também sei que ela deve decidir. Sei que ela tem que voar, sozinha, um dia. Difícil. Muito difícil.
Nenhum comentário:
Postar um comentário