sábado, 24 de setembro de 2011

um amor pra vida toda


Me lembro da primeira vez que a vi. Não sei se foi bem assim. Mas foi assim que gravei na memória. Ela era um bebê, eu já era grandinha, três ou quatro anos talvez. Eu fui com a minha mãe no mini-mercadinho da casa dela. E lembro dela no carrinho de bebê. Daí pra frente em nenhum momento ela saiu da minha vida. E já foram tantas coisas. Vinte anos se passaram. OutroS vinte virão. Já foram muitos aniversários, meus, dela, das nossas irmãs, dos nossos pais, das nossas mães, dos nossos amigos... Incontáveis. Já teve bolo de chocolate (quase sempre), bolo de morango, ontem eu acho que foi marta-rocha. Já teve brigadeiro de desculpas. Eu já me esqueci do dia dela. E ela já se esqueceu do meu. Já teve presente atrasado, presente cobrado e presente que nunca veio. Teve festa na escola, festa na minha casa, festa na casa dela, festa na igreja. Tanta gente que a gente conheceu. Teve a Mayara, teve a Sheila, teve a Suane, teve a Pati, teve a Nádia, teve a Aline, teve a Carol e teve muito mais. Tanta gente que foi. Mas ela continuou ali na casa amarela (sempre amarela) e eu na casa laranja. Já dançamos e já cantamos. E ela sempre tocou, ora teclado, ora violão. Era ela quem tinha os brinquedos da moda, mas, era eu quem tinha a árvore e o balanço, se bem que balanço ela também tem, embalou a gente tantas vezes, agora embala a minha filha. E tinha a casinha de boneca, que as vezes era escola, as vezes salão de beleza, as vezes escritório. E as brigas, ah, as brigas. De ser dizer que era pra sempre. De ser, apenas, alguns minutos. E também teve dor, muita dor, dor da alma. E tinham as dores dos machucados do corpo. Da falta da ponta de um dedo, ou, de um dente. A gente já foi pra longe. Bem longe. A gente foi mais vezes ainda pra perto, coisa de uma tarde ou um dia. Eu comecei a namorar, ela falou que um dia iria ter um namorado também. Hoje ela tem. Ela ficou feliz quando eu disse que ia ter um bebê e ela chorou quando eu disse que ia me casar. Ela entrou pelo tapete vermelho no dia do meu casamento e me levou uvas com chocolate quando o bebê nasceu. Ela é chorona. É sincera. É mulher. É vaidosa. É bagunceira. É desastrada. É segura. É linda. É querida. É inteligente. É preguiçosa. É esforçada. É briguenta. É determinada. É mãezona. Ela chama a atenção. Ela se faz de difícil. Ela tem ciúmes. Ela dança bem. Ela gosta de brincos. Ela canta bonito. Ela gosta de falar no microfone. Ela prefere sapatos. Ela não tem medo. Ela tem um nome grande como a alma: Andressa Larissa Dias Muller de Souza. Ela é minha amiga. Não. Ela pode ser amiga dos outros. Minha, ela é irmã!

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Mudar o caminho

          Já faz um tempo que resolvi ser feliz. É, isso mesmo, 'resolvi' ser feliz. Sempre deixei a vida me levar. E algumas coisas não saíram bem da maneira que planejei. Não estavam como sonhei. Mas era a vida e a partir disso eu me decidia ser feliz. A partir de como a vida estava eu era feliz. Aproveitando cada dia, mas sem muito esforço pra mudar alguma coisa. Queria muito mas sempre deixava tudo nas mãos de Deus e dizia que se fosse da vontade Dele as coisas se encaminhariam pra tal rumo. Porém no meio dessa estória toda eu confundia uma coisa com a outra. Confundia 'vontade de Deus' com ter que correr atrás. Eu até que me esforcei pra algumas coisas na vida. Mas sempre daquele jeito: deixava o maior trabalho com Ele. Muitas coisas que eu quis aconteceram e sempre agradeci de todo coração. Só que algumas coisas me pareciam estar fora do lugar. Lá dentro, beeem no fundo, eu sabia disso mas ia seguindo em frente. Achando que não aconteceram porque não eram pra acontecer. Enquanto que na verdade não aconteciam porque eu me acomodei e resolvi jogar a culpa no destino, em Deus, nas circunstâncias e mais um monte de outras desculpas esfarrapadas. Tudo falta de vergonha na cara e de correr atrás.
        
        Aí ontem depois de vários sinais de Deus AS COISAS VÃO MUDAR. Resolvi tomar outro caminho. Vou correr atrás de outros sonhos que deixei esquecidos pra me tornar aquilo que sempre sonhei. Não vou continuar seguindo pelo mesmo caminho. Eu sei que a nova estrada é muuuito longa. Mas será diferente. Tudo, exatamente tudo, deverá ser daqui da maneira que me fizer mais feliz. A vida tem que ter outro sentido. Já me lancei de cabeça. Não quero voltar. Não vou desistir. Talvez no meio do caminho eu queira mudar de rumo novamente, mas vou fazê-lo sem dor no coração. Vejam bem, eu que sempre disse que "melhor é se arrepender daquilo que fez do que daquilo que não fez" agia exatamente da maneira contrária. Hoje o meu coração tem um machucadinho por estar arrependida de sequer ter tentado fazer diferente. Mas agora eu vou mudar de estrada. Quer saber? Já mudei!!!