quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

*Sem contar os dias que me faz morrer

Tantas vezes na vida a gente é obrigado a desconstruir aquilo que a cabeça passa anos planejando.
Explico.
Ocupamos boa parte do nosso tempo imaginando como será o futuro. “Vou fazer isso”. “Vou ser aquilo”. “Depois eu vou morar não sei onde”. “Casar com fulano assim e assado”.
São os nossos SONHOS.
É assim comigo. E tenho certeza que também é com quem quer que seja que venha ler este texto.
Então a vida vem e passa uma rasteira na gente. Coloca-nos em outra direção. E é sem pedir licença, sem avisar.
Às vezes dói. Sangra. Machuca.
Mas quase sempre ela nos leva pra um caminho melhor e mais bonito do que a gente estava antes.
Estive pensando nisso os últimos dias quando me lembrava de como foi quando engravidei da Lorena.
Eu tinha 18 anos. Era uma adolescente cheia de planos. Sonhos. Perspectivas. Desejos.  Mas nada que envolvesse um bebê naquele momento. Filhos estavam sim nos meus planos, porém adiante uns 15 anos.
E quando eu vi o teste positivo eu não tenho dúvidas que amei desde o primeiro segundo. Mas ali também eu vivi um luto.
Sim, um luto pela vida que eu nem cheguei a ter.
E esse foi o momento de colocar tudo abaixo. Destruir tudo. Quebrar. Despedaçar. Queimar.
E foi o que fiz.
Sofri, sim. Tinha que ser assim. Sofri muito. Doeu derrubar tudo. Acabar com tudo.
Mas quando finalmente tudo ficou limpo tinha lugar pra recomeçar. Havia um baita espaço aberto. Pronto para erguer novas construções.
Então comecei tudo outra vez.
Desejei uma família. Queria ser a melhor mãe que eu pudesse ser. Joguei-me de cabeça nessa nova aventura. Curti. Amei. Quis. Esperei.
Claro que eu perdi muita coisa. Mas quando colocado na balança eu ganhei muito mais.
*”Mas se quer saber se eu quero outra vida. Não. Não.”

**música ‘eu te devoro’ djavan
* imagem: marina faria retirado daqui

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